quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

BACEN reduz taxa básica de juros

Ontem, quarta-feira dia 21, o Banco central promoveu uma redução da taxa básica de juros, a SELIC, em um ponto percentual, passando de 13,75% para 12,75%, ao ano. Embora a redução seja expressiva, de igual magnitude só ocorreu em 2003 quando a taxa passou de 17,5% para 16,5%, o Brasil continua com uma taxa de juros altíssima, em comparação com os padrões internacionais, mantendo-se na liderança do ranking mundial dos juros reais.




Essa decisão do COPOM se deve em razão da crise financeira internacional e seus prováveis impactos na economia brasileira, surpreendendo os mais otimistas economistas, inclusive eu, que esperavam uma redução para 13% ao ano. O Brasil comportaria até uma redução maior, pois o momento é propício, já que estamos com uma inflação controlada, sem risco iminente de alta e uma desaceleração da atividade econômica. Aliado a isso existe uma forte pressão das classes empresariais e sindicais para que o governo crie condições de pelo menos manter o crescimento econômico próximo ao de 2008.

Para 2009, os economistas já aumentaram as previsões de corte de juros. Agora, a expectativa é que a taxa encerre o ano em 11,25% ao ano, antes a previsão era de 11,75%ao ano. A previsão para a SELIC no final de 2010 caiu de 11,25% para 11% ao ano.

Em relação à previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma das riquezas produzidas no país, para 2009 foi mantida em 2%, abaixo dos 3,2% estimados pelo Banco Central e dos 4% previstos no Orçamento deste ano pelo governo. Para 2010, está previsto um crescimento de 3,8%. É bom frisar que a China já reduziu seu crescimento, cresceu 9% em 2008 quando a taxa média de crescimento estava acima de 10% ao ano. Leia uma reportagem sobre esse assunto no link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u493026.shtml

Diante desse cenário, com um crescimento econômico mais baixo, certamente não ocorrerá uma pressão sobre a inflação e haverá uma oferta menor de crédito. Uma outra variável que fará com que não haja uma pressão inflacionária é o preço das commodities, alimentos, petróleo, aço, entre outros, que estão em baixa por conta da crise. Esses fatores ajudaram para que o COPOM tivesse tranqüilidade em reduzir a taxa SELIC, pois a preocupação maior era a escalada de alta do dólar, em razão da crise, o que afeta o preço de importação de insumos e matérias-primas para a produção nacional.

Resta esperar a próxima reunião do COPOM, só para esse ano estão agendadas oito, para que se concretize a expectativa de novos cortes na taxa básica de juros e encararmos a crise com otimismo e disposição.

2 comentários:

Unknown disse...

É com muita estima que parabenizo o Profº Rangel por essa sua nova empreitada, venho através deste, um singelo comentário dizer o quanto penso ser importante sua entrada no mundo virtual, bom trabalho.
Profº considerando um crescimento menor para o ano de 2009, se bem isso que eu entendi, a crise teria um impacto maior em cidades como Feira que boa parte da riqueza é gerada pelo comércio e sendo assim, em sua opinião, quais as medidas os comerciantes deveriam tomar para diminuir o impacto no mercado municipal?

Anônimo disse...

Parabéns pela iniciativa e espero que obtenha sucesso com esse novo projeto.

Sérgio Silva
Adm Uneb