segunda-feira, 10 de maio de 2010

É Preocupante o Saldo em Transações Correntes

O ex-ministro da Fazenda do Governo do presidente José Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira, em entrevista após participar de um evento na Federação das Indústrias do estado de São Paulo, criticou os déficits nas transações correntes que o Brasil vem acumulando desde 2008 e afirmou que o país está cometendo os mesmos erros que causaram a crise grega. “Nós estamos no mesmo caminho da Grécia. Voltamos a ter déficit de conta-corrente e voltamos firme e forte.”

O professor complementou que os gastos brasileiros no exterior vêm aumentando o que pode causar um forte desequilíbrio nas contas do país, gerando uma crise. Para entendermos melhor o que isso significa, sem ser economista, precisamos compreender o que ele chama de déficit em transações correntes. É resultado de todas as operações do país com o exterior. Nessa conta, estão incluídas as receitas e despesas da balança comercial (exportações e importações), da conta de serviços (juros, viagens internacionais, transportes, seguros, lucros e dividendos, serviços diversos) e das transferências unilaterais. O Brasil tem um déficit nas contas externas (as despesas superam as receitas).

Se o saldo dessa conta for superavitária, significa que o país está recebendo recursos que podem ser utilizados para pagamento de compromissos já assumidos ou para aumentar as reservas internacionais, por exemplo. Quando o saldo é deficitário, implica na necessidade de contrair empréstimos no exterior, provocando um aumento do endividamento externo ou diminuir as reservas internacionais, dentre outros.

A deterioração das transações correntes (TC) ocorreu de forma mais intensa e rápida do que era esperado, em função tanto da aceleração das importações quanto da reversão da tendência de queda nas remessas líquidas de lucros e dividendos.

Não é apenas o aumento do déficit - que no trimestre já alcança US$ 12,1 bilhões – que mais preocupa. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, em matéria publicada no dia 23 de abril do corrente ano, os investimentos diretos estrangeiros (IEDs), com os quais se contava para cobrir esse déficit, somaram apenas US$ 2,018 bilhões. Ao mesmo tempo, as saídas de divisas para pagamentos de juros e dividendos, num período do ano normal, chegaram a US$ 2,535 bilhões, o que mostra que a entrada de capitais externos nem sempre representa um alívio para o balanço de pagamentos(balanço de pagamentos é o registro contábil de todas as transações econômicas - financeiras de um país com outros do mundo), pois também cria o direito de remeter lucros e dividendos, ou seja, saída de recursos.

Infelizmente, o cenário que nos apresenta não é promissor. Não há perspectiva de uma melhoria das contas externas nos próximos meses, segundo o Banco Central, que estima, para o mês de abril, um déficit das transações correntes de U$4,8 bilhões, e um IED de US$2,8 bilhões.

É esperar para crer.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Homenagem

Quero expressar minha gratidão à Turma de Formandos em Administração 2009.2 da UNEB Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XI, Serrinha/Bahia, que me homenageia batizando a Turma com meu nome, cuja Solenidade de Colação de Grau acontecerá dia 24 de abril de 2010, às 19:30h, no Campus.
É uma honra e uma satisfação ter participado da caminhada desses alunos por esses quatro anos de luta em busca de uma formação superior. E desejo muitas felicidades na profissão escolhida e que Deus abençoe seus caminhos e dê, a cada um, em particular, a graça de ser mais amigo, irmão, companheiro e disseminador do bem e da paz. Um beijo no coração.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Copom mantém taxa selic em 8,75%

Nesta quarta-feira, 24 de março de 2010, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) nos atuais 8,75% ao ano, decisão já esperada pelo mercado financeiro.
Após a reunião foi divulgada uma nota onde o Copom diz que irá monitorar, atentamente, a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para poder definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.
A manutenção da taxa selic ocorre por cinco reuniões consecutivas, após cinco cortes seguidos na Selic entre janeiro e julho do ano passado. Na pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central na última segunda-feira, os economistas previram a Selic em 8,75% até abril, quando, segundo eles, começaria a subir. A previsão para o fim de 2010 é de uma Selic de 11,25% ao ano.
A previsão de aumento nos juros em 2010, feita pelo mercado, se deve à expectativa de um maior aquecimento da economia, que pode aumentar o consumo e pressionar os preços dos produtos, fazendo com que a autoridade monetária eleve a Selic para controlar a inflação.
Para o fim deste ano, o mercado passou a prever o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acima da meta de 4,5% traçada pelo governo, em 5,03%. Os economistas projetam o crescimento do PIB em 5,45%.
No fim de fevereiro deste ano, o Banco Central do Brasil anunciou um aumento na alíquota do chamado depósito compulsório (quantidade que os bancos têm que deixar depositado no órgão) para 15%. O depósito compulsório é um instrumento de Política Monetária muito utilizado pelo BC para controlar a injeção de dinheiro na economia. Durante a crise, para liberar mais recursos para o mercado, o banco reduziu o percentual para 13,5%. Esse aumento demonstra uma tentativa da autoridade monetária de tirar dinheiro da economia para assim evitar um provável aumento nos juros. Com esta medida se espera que R$72 bilhões sejam retirados de circulação.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Economia Brasileira Recua 0,2% em 2009

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,2% em 2009, para R$ 3,143 trilhões . Este é o primeiro resultado negativo desde 1992, quando a variação foi de -0,5%. No quarto trimestre, porém, a economia expandiu-se 2% em relação aos três meses imediatamente anteriores, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a variação de -0,2% no PIB e o crescimento de 0,99% da população residente, em 2009 houve queda de 1,2% no PIB per capita, que ficou em R$ 16.414.
Para maiores informações sobre a variação do PIB em 2009, acesse: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1571&id_pagina=1

Segundo o IBGE, a taxa de investimento na economia brasileira (que corresponde ao percentual da formação bruta de capital fixo – FBCF) no ano passado correspondeu a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB), a menor desde 2006, quando a taxa foi de 16,4%. A taxa de poupança foi equivalente a 14,6% do PIB, a menor desde 2001 que foi de 13,5%.