O ex-ministro da Fazenda do Governo do presidente José Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira, em entrevista após participar de um evento na Federação das Indústrias do estado de São Paulo, criticou os déficits nas transações correntes que o Brasil vem acumulando desde 2008 e afirmou que o país está cometendo os mesmos erros que causaram a crise grega. “Nós estamos no mesmo caminho da Grécia. Voltamos a ter déficit de conta-corrente e voltamos firme e forte.”
O professor complementou que os gastos brasileiros no exterior vêm aumentando o que pode causar um forte desequilíbrio nas contas do país, gerando uma crise. Para entendermos melhor o que isso significa, sem ser economista, precisamos compreender o que ele chama de déficit em transações correntes. É resultado de todas as operações do país com o exterior. Nessa conta, estão incluídas as receitas e despesas da balança comercial (exportações e importações), da conta de serviços (juros, viagens internacionais, transportes, seguros, lucros e dividendos, serviços diversos) e das transferências unilaterais. O Brasil tem um déficit nas contas externas (as despesas superam as receitas).
O professor complementou que os gastos brasileiros no exterior vêm aumentando o que pode causar um forte desequilíbrio nas contas do país, gerando uma crise. Para entendermos melhor o que isso significa, sem ser economista, precisamos compreender o que ele chama de déficit em transações correntes. É resultado de todas as operações do país com o exterior. Nessa conta, estão incluídas as receitas e despesas da balança comercial (exportações e importações), da conta de serviços (juros, viagens internacionais, transportes, seguros, lucros e dividendos, serviços diversos) e das transferências unilaterais. O Brasil tem um déficit nas contas externas (as despesas superam as receitas).
Se o saldo dessa conta for superavitária, significa que o país está recebendo recursos que podem ser utilizados para pagamento de compromissos já assumidos ou para aumentar as reservas internacionais, por exemplo. Quando o saldo é deficitário, implica na necessidade de contrair empréstimos no exterior, provocando um aumento do endividamento externo ou diminuir as reservas internacionais, dentre outros.
A deterioração das transações correntes (TC) ocorreu de forma mais intensa e rápida do que era esperado, em função tanto da aceleração das importações quanto da reversão da tendência de queda nas remessas líquidas de lucros e dividendos.
Não é apenas o aumento do déficit - que no trimestre já alcança US$ 12,1 bilhões – que mais preocupa. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, em matéria publicada no dia 23 de abril do corrente ano, os investimentos diretos estrangeiros (IEDs), com os quais se contava para cobrir esse déficit, somaram apenas US$ 2,018 bilhões. Ao mesmo tempo, as saídas de divisas para pagamentos de juros e dividendos, num período do ano normal, chegaram a US$ 2,535 bilhões, o que mostra que a entrada de capitais externos nem sempre representa um alívio para o balanço de pagamentos(balanço de pagamentos é o registro contábil de todas as transações econômicas - financeiras de um país com outros do mundo), pois também cria o direito de remeter lucros e dividendos, ou seja, saída de recursos.
Infelizmente, o cenário que nos apresenta não é promissor. Não há perspectiva de uma melhoria das contas externas nos próximos meses, segundo o Banco Central, que estima, para o mês de abril, um déficit das transações correntes de U$4,8 bilhões, e um IED de US$2,8 bilhões.
É esperar para crer.